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Direito à comunicação 1

“Eu pergunto: o telespectador sabe quando começa, ou quando começou, e quando vai terminar a concessão da emissora x? Qualquer uma delas na cidade de São Paulo ou do Brasil? Ninguém sabe. Isso é escondido. Justamente para evitar que a população se manifeste sobre a qualidade desse serviço público. Quando a água chega em casa com mau gosto, ou o ônibus atrasa, tem um telefone lá pra reclamar. É uma concessão pública igual à televisão. Só que aqui a gente não tem pra quem reclamar”. A reflexão é de Laurindo Leal Filho (jornalista, sociólogo, escritor), que participa com Jorge Kajuru (jornalista esportivo, radialista, apresentador de televisão) desta edição do programa Direitos de Resposta. Direitos de Resposta é uma produção independente exibida em cumprimento a acordo judicial celebrado entre a Rede TV!, o Ministério Público Federal e seis organizações da sociedade civil que moveram ação civil coletiva contra a violação de direitos humanos ocorrida no programa Tarde Quente.

Direito à comunicação 2

O episódio 12 do programa Direitos de Resposta continua investigando o direito à comunicação. Participam Gustavo Gindre (jornalista, mestre em Comunicação e Cultura, fundador do Instituto de Estudos e Projetos em Educação e Cultura  e membro do Intervozes) e Sergio Gomes, da OBORÉ Projetos Especiais em Comunicação e Artes. Conta Gindre: “Eu participei de uma experiência numa rádio comunitária do Rio de Janeiro feita num hospital psiquiátrico. E envolvia a comunidade do entorno. E eu lembro que tinha um programa de rádio que era pra dona de casa. E era um grupo de senhoras que se reunia lá, que resolveu fazer. E a primeira vez que uma senhora foi falar ela falou que não tinha o que dizer. ‘Minha vida não tem nada de importante, porque tradicionalmente a gente acostumou a ver a TV e o rádio ser reservado pras pessoas ditas especiais, celebridades, gente com vidas monumentais. De repente ela achava que ela não tinha nada pra dizer. Só que ela descobriu que ela tinha um monte de coisas a dizer. Que a vida dela, a vida da comunidade dela, estava repleta de fatos, de coisas boas e ruins que ela sabia, que a história dela sabia, que a cultura dela sabia, e que ela podia dizer. E isso mudou a vida dela. E muda a vida de muita gente. Quando as pessoas passam a perceber que o importante não é só Brasília, não é só aquilo que passa na tela da televisão. O noticiário é estruturado assim: se morrem 200 indianos, 400 pessoas no Iraque, não tem muita importância. Agora se morrem dois americanos numa geada na Flórida, aí – geada, na Flórida? – aí todo mundo vai noticiar e vai ter importância. E de repente a gente passa a dar valor diferente à vida humana, dependendo do tipo de destaque que a imprensa dá”.

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