crise

O leste asiático: Japão

O objetivo desse trabalho é analisar o conjunto do Japão e dos países do leste asiático desde meados dos anos 1980 até o período pós-crise de 1997. A palestra integra o módulo Economia Internacional: Geopolítica, Hegemonia e Império, coordenado por Luiz Gonzaga Beluzzo. Ana Claudia Além é doutora em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e gerente de comércio exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Política territorial e capacidade administrativa

A gestora Miriam Belchior fala sobre o quanto a capacidade administrativa pode tolher as possibilidades de uma política territorial. “É fundamental considerar o pano de fundo em que esse debate se insere, que é a crise do Estado, e que estabelece limites e oportunidades para a discussão e para o aumento da capacidade administrativa. É na década de 1980 que se começa a questionar o tamanho do Estado de bem estar social. E começa a aparecer o jargão de Estado mínimo. Tudo é o mercado. Do lado do mercado está o bem. Do lado do Estado está o mal. Felizmente essa dicotomia acaba na década de 1990, quando a discussão passa a ser sobre o novo papel do Estado. Nesse contexto, falar de crise administrativa é falar sobre o limite que o Estado coloca sobre as iniciativas para o seu fortalecimento. Na medida em que se nega o espaço legítimo, qualquer iniciativa de fortalecê-lo é vista como desnecessária. Ou seja, ele momento de crise do Estado coloca um limite pra quem quer aumentar a capacidade do Estado funcionar melhor. Então qualquer contratação no âmbito do Estado é vista como empreguismo, mesmo em áreas que não tem nenhum aparelhamento, como a área ambiental, que é muito recente. Mas falar sobre capacidade também é falar sobre oportunidade. Afinal, se está em crise, é preciso melhorar seu funcionamento. Promover o enfrentamento das três dimensões da crise: a econômica (incapacidade para o financiamento), administrativa (burocratizada, centralizada, ineficiente) e política (distanciada dos cidadãos)”. Também com Eduardo Marques.

O retorno do teológico-político

A convidada é Marilena Chauí, mestre, doutora livre-docente, titular em Filosofia pela USP, que reflete sobre o retorno do teológico-político. “O meu objetivo é examinar um pouco por que é que as guerras contemporâneas aparecem como se fossem guerras de religião. Evidentemente elas não são guerras de religião, nunca houve guerras de religião, isso não existe, mas é interessante saber porque é que essas guerras aparecem dessa maneira. E portanto a questão que eu vou me colocar é a do retorno de uma concepção da política na qual há uma presença muito forte não só da religião, mas da Teologia.”

O filho fora do casamento

Com Tai Castilho, terapeuta, fundadora do Instituto de Terapia Familiar de São Paulo. “O tema que eu vou desenvolver é complexo, e não vamos esgotá-lo hoje, porque envolve a cultura, as relações sociais, mitos, o casal, a família, a criança e o adolescente. A gente sabe que numa relação de casal são duas pessoas que se encontram e se escolhem para viver um processo de união que, na verdade, é um processo que se dá pela vida toda, porque a gente está sempre se casando e sempre se separando da nossa origem, das nossas famílias de origem. E quando duas pessoas se encontram, elas se encontram em duas culturas diferentes. Cada família é uma cultura diferente da outra. Essas culturas vem carregadas de mitos – o mito da família feliz, o mito do casal feliz, inabalável, perpetuado pelos filhos, do casal que não se separa, que não briga, dos homens fortes, mulheres frágeis, e das mulheres fortes, homens frágeis. Muitas vezes a gente escolhe alguém pra sair de algum lugar, algum lugar que foi fundante da gente na família. A gente não tem esses pensamentos? Na minha família vai ser tudo diferente. No meu casal vai ser tudo diferente, nunca mais quero viver o que eu vivi na minha casa de origem. Não é assim que a gente pensa? E de repente a gente está repetindo alguma coisa. Como é forte a origem. E a gente nem imaginava. Como é que a gente repetiu tanto? Então esse tema estou colocando nesta moldura justamente pra trazer pra vocês a complexidade e o grande número de situações que a gente vive quando pensa em filho fora do casamento. Por exemplo, a gente pode ver muitos casais casados, com aquela aparência do casal casado, com o filho ali, e aquele filho não está naquele casamento, porque aquele filho foi pensado por um só, não foi pensado pelos dois. Quantas situações vocês conhecem de casais que se unem e depois pensam num filho, mas o filho não é deles, é de outro casamento, do casamento dos pais. Quantos filhos os filhos têm que são dados de presente aos avós? Pra cuidar dos avós? Então também não estão naquele casamento. Então a gente precisa pensar em quem são os filhos do casamento e que casamento é esse.”

A perda da amizade

Olgária Matos aborda, a partir dos gregos, como os laços afetivos são construídos e quais as consequências da sua ruptura, onde a ideia de amizade estava associada diretamente ao espaço público e regia as relações entre os iguais, os cidadãos da pólis. A essa visão política da amizade, os renascentistas acrescentam a ideia do divino. Para eles, a amizade é uma experiência sacra e pela amizade o homem se diviniza. Olgária Matos fala também sobre a perda da amizade no mundo contemporâneo e as consequências desse processo.

As poucas opções disponíveis para a produção de energia nos próximos 50 anos

Com  o físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite. Esta é a primeira palestra do módulo “Riscos Sistêmicos – aquecimento global, mudanças”. Serão analisadas as perspectivas para os próximos anos, as contingências inevitáveis, tais como a dependência em relação aos combustíveis fósseis, os custos de substituições por combustíveis renováveis, necessidades e limites da tecnologia nuclear, a ilusória economia do hidrogênio, os limites da biomassa em escala universal e as promessas das tecnologias de sequestro de carbono. Frente ao esgotamento iminente do petróleo e ao aquecimento global, a humanidade terá que escolher entre duas opções igualmente penosas: usar como substituta do petróleo outros combustíveis fósseis ou, alternativamente, recorrer a recursos com custos reduzidos, como a biomassa, mas de extensão limitada?

O casamento como fato afetivo

O casamento é uma das instituições humanas mais difíceis de definir. Ao longo da história, ele serviu nas suas origens como uma maneira de preservar a tribo, passou por uma fase em que servia para preservar o patrimônio de grupos e só muito recentemente na história da humanidade é visto como um fato afetivo.

Para falar desses vários, ângulos do casamento fato social, jurídico, afetivo, cultural, neste primeiro programa do módulo “o casamento como formação da identidade” o psicanalista Ivan Capelato investiga as relações entre o casamento e o nosso psiquismo. e apresenta uma abordagem incomoda e ousada.

Para capelato, a base afetiva do casamento não é o amor, mas sim a angústia. angústia que, segundo Freud e Lacan, nos move sempre na busca impossível para preencher um vazio existencial. E que acaba nos trazendo a aliança com o outro.

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