relacionamentos

ensaio sobre telas

Vivemos tempos da virtualidade das relações, independente da idade. A exigência de estar permanentemente online inaugura uma forma de convívio onde as pessoas podem estar de corpo presente, mas, psiquicamente ausentes, olhando cada um para sua janela virtual. Como essa nova maneira de estar junto afeta nossas vidas? Como conservar o contato que séculos de relações analógicas trouxeram, sem nos tornarmos inimigos da tecnologia? A psicanalista Julieta Jerusalinsky discute esse tema junto com outros grandes nomes como o comunicador Marcelo Tas, e os filósofos Mario Sergio Cortella e Luiz Felipe Pondé, além do educador Silvio Barini. Ensaio sobre telas é, ao mesmo tempo, um ensaio de pensadores sobre esta sociedade de telas, e um formato de documentário que explora o remix, na tela da sua TV, computador ou celular.

Um filme Liquid Media Lab.

Sexo sem casamento

O médico psiquiatra Paulo Gaudêncio reflete sobre o sexo sem casamento. Gaudêncio é formado pela Faculdade de Medicina da USP. Lecionou nos cursos de graduação e pós-graduação da PUC-SP e PUC-Sorocaba; na Faculdade de Filosofia Sedes Sapientia e no curso de pós-graduação em Medicina Esportiva da Faculdade de Educação Física da USP. É docente do MBA da Media Marketing School e do Programa Avançado de Desenvolvimento de Executivos da Unisinos-RS. Dedica-se à psicoterapia de grupo há 40 anos.

Casamento sem sexo

O casamento, como mostra o teatro, a literatura, o cinema, desde sempre, uma fonte inesgotável de atritos, afirma o psicanalista Renato Mezan, professor da PUC-SP e coordenador da revista de psicanálise Percurso. Nesta palestra ele convida para uma reflexão sobre casamento sem sexo.

“Ficantes”

Neste programa o padre Julio Lancelotti discute o “ficar”, a forma como os jovens da atualidade realizam a aproximação amorosa. Analisa as possíveis origens e consequências desse comportamento. Discute a verdadeira dimensão do amor e o papel dos pais na educação para esse amor. Dá um belo exemplo de um amor transcendente e incondicional. Julio Lancelotti é formado em Pedagogia, e responde pela coordenação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Pastoral do Menor, em São Paulo, instituição voltada ao público infanto-juvenil que vive nas ruas.

O filho fora do casamento

Com Tai Castilho, terapeuta, fundadora do Instituto de Terapia Familiar de São Paulo. “O tema que eu vou desenvolver é complexo, e não vamos esgotá-lo hoje, porque envolve a cultura, as relações sociais, mitos, o casal, a família, a criança e o adolescente. A gente sabe que numa relação de casal são duas pessoas que se encontram e se escolhem para viver um processo de união que, na verdade, é um processo que se dá pela vida toda, porque a gente está sempre se casando e sempre se separando da nossa origem, das nossas famílias de origem. E quando duas pessoas se encontram, elas se encontram em duas culturas diferentes. Cada família é uma cultura diferente da outra. Essas culturas vem carregadas de mitos – o mito da família feliz, o mito do casal feliz, inabalável, perpetuado pelos filhos, do casal que não se separa, que não briga, dos homens fortes, mulheres frágeis, e das mulheres fortes, homens frágeis. Muitas vezes a gente escolhe alguém pra sair de algum lugar, algum lugar que foi fundante da gente na família. A gente não tem esses pensamentos? Na minha família vai ser tudo diferente. No meu casal vai ser tudo diferente, nunca mais quero viver o que eu vivi na minha casa de origem. Não é assim que a gente pensa? E de repente a gente está repetindo alguma coisa. Como é forte a origem. E a gente nem imaginava. Como é que a gente repetiu tanto? Então esse tema estou colocando nesta moldura justamente pra trazer pra vocês a complexidade e o grande número de situações que a gente vive quando pensa em filho fora do casamento. Por exemplo, a gente pode ver muitos casais casados, com aquela aparência do casal casado, com o filho ali, e aquele filho não está naquele casamento, porque aquele filho foi pensado por um só, não foi pensado pelos dois. Quantas situações vocês conhecem de casais que se unem e depois pensam num filho, mas o filho não é deles, é de outro casamento, do casamento dos pais. Quantos filhos os filhos têm que são dados de presente aos avós? Pra cuidar dos avós? Então também não estão naquele casamento. Então a gente precisa pensar em quem são os filhos do casamento e que casamento é esse.”

A perda da amizade

Olgária Matos aborda, a partir dos gregos, como os laços afetivos são construídos e quais as consequências da sua ruptura, onde a ideia de amizade estava associada diretamente ao espaço público e regia as relações entre os iguais, os cidadãos da pólis. A essa visão política da amizade, os renascentistas acrescentam a ideia do divino. Para eles, a amizade é uma experiência sacra e pela amizade o homem se diviniza. Olgária Matos fala também sobre a perda da amizade no mundo contemporâneo e as consequências desse processo.

O meu mundo caiu: a traição amorosa

Vamos discutir a ação neste mundo em que a liberdade tem por preço a insegurança. Nossa vida custa caro às vezes. Vamos trocar ideias sobre nossas experiências. Com Tai Castilho, terapeuta, fundadora do Instituto de Terapia Familiar de São Paulo.

A separação dos amantes

Poucos temas despertaram tanto o interesse dos artistas e do público quanto a paixão amorosa. Clássicos da literatura e do teatro, como Romeu e Julieta, comovem as pessoas há séculos ao apresentarem o drama do casal de apaixonados. Flávio Gikovate fala sobre o amor, a diferença entre amor e sexo e sobre os impedimentos internos e externos que separam os casais. Para ele o que leva à separação dos amantes é algo que está dentro de nós e está relacionado a nossas primeiras experiências afetivas.

Flávio Gikovate: médico, formado pela Universidade de São Paulo. Desde 1967 trabalha como psicoterapeuta. Em 1970, foi assistente clínico no Institute of Psychiatry da Universidade de Londres.

Amigo, irmão, parceiro

Um Café Filosófico diferente. Neste programa do módulo “Amizade em tempo de risco”, a idéia não é falar sobre a amizade, mas viver a amizade. Dois irmãos, parceiros, artistas conhecidos no Brasil inteiro, que mantêm também uma profunda amizade. Assim o curador do módulo, o psicanalista Jorge Forbes, conversa com Chitãozinho e Xororó. Um programa regado à música e amizade.

Aprender pelas técnicas do amor

Com a modernidade, a técnica passou a influenciar cada aspecto da vida do indivíduo. Marcelo Coelho trata de dois grupos de tecnologia: as do corpo (como cirurgias plásticas, academias) e as da comunicação (internet, orkut, celular, chats). Técnicas que são herdeiras das revoluções industriais e indissociáveis do nosso modo de viver atual, atingem em cheio os encontros e desencontros amorosos. A técnica, hoje, faz parte do amor.

Marcelo Coelho: formado em Ciências Sociais pela USP, onde fez mestrado em sociologia com tese sobre a construção de Brasília e o governo Kkubitschek. É articulista da Folha de S. Paulo desde 1984. de 1997 a 2003, foi professor de jornalismo cultural na Faculdade Cásper Líbero. Publicou, entre outros, Gosto se discute (1994), Jantando com Melvin (1998) e Folha Explica Montaigne (2002).

O casamento como fato afetivo

O casamento é uma das instituições humanas mais difíceis de definir. Ao longo da história, ele serviu nas suas origens como uma maneira de preservar a tribo, passou por uma fase em que servia para preservar o patrimônio de grupos e só muito recentemente na história da humanidade é visto como um fato afetivo.

Para falar desses vários, ângulos do casamento fato social, jurídico, afetivo, cultural, neste primeiro programa do módulo “o casamento como formação da identidade” o psicanalista Ivan Capelato investiga as relações entre o casamento e o nosso psiquismo. e apresenta uma abordagem incomoda e ousada.

Para capelato, a base afetiva do casamento não é o amor, mas sim a angústia. angústia que, segundo Freud e Lacan, nos move sempre na busca impossível para preencher um vazio existencial. E que acaba nos trazendo a aliança com o outro.

A sexualidade

Flávio Gikovate analisa que na cultura ocidental, o sexo sempre esteve associado à agressividade, ao jogo de poder, à competição, ao consumismo e à guerra dos sexos e não ao amor. Para Gikovate, a raiva puxa o desejo e está presente nas escolhas afetivas. Seu livro A libertação sexual fundamenta-se na ideia de que esta associação precisa ser desfeita em dois fenômenos distintos. Para ele, amor é uma sensação de paz e aconchego que se experimenta com o outro e sexo é uma sensação física de excitação que pode se experimentar sozinho.

Flávio Gikovate: médico psicoterapeuta formado pela USP em 1966, foi assistente clínico no Institute of psychiatry da Universidade de Londres. Colaborador de diversas revistas e jornais, autor de mais de 20 livros sobre os principais aspectos dos conflitos íntimos, especialmente os relacionados com a vida afetiva e sexual.

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