Com Samuel Pinheiro Guimarães, embaixador, que foi Secretário-Geral do Itamaraty de 2003 a 2009 e ministro para Assuntos Estratégicos de 2009 a 2010. É autor do livro Quinhentos Anos de Periferia: uma contribuição ao estudo da política internacional.
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O envelhecimento
A expectativa de vida triplicou nos últimos tempos. Dependendo da classe social e do país, a longevidade já alcança os 90 anos, podendo passar a 120 dentro de pouco tempo. Para Gaudêncio, a única forma de não desenvolver um envelhecimento patológico é saber lidar com as mudanças. Manter-se jovem implica ter coragem de abandonar os caminhos pré-estabelecidos das relações emocionais e racionais para construir novos rumos. Paulo Gaudêncio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina da USP. Lecionou nos cursos de graduação e pós-graduação da PUC-SP e PUC-Sorocaba; na Faculdade de Filosofia Sedes Sapientia e no curso de pós-graduação em Medicina Esportiva da Faculdade de Educação Física da USP. É docente do MBA da Media Marketing School e do Programa Avançado de Desenvolvimento de Executivos da Unisinos-RS. Dedica-se à psicoterapia de grupo há 40 anos.
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O excesso e o ideal de equilíbrio
“Édipo é o homem que faz a conexão entre o conhecimento e a ação. Nesse sentido ele quer saber tudo. Ele pode ir ao mais fundo que seja. E ele quer saber para agir. O saber dele é a condição de agir. À medida que ele faz esse inquérito, ele talvez descubra o que aconteceu, ele se tornará capaz de resolver o problema. Ele é um homem que resolve, portanto. E ele se recusa diante disso. E ele reage inclusive dizendo “vocês acham que eu sou filho de um pastor”? Ele não percebe o que está acontecendo. Ele diz “você e a minha mulher tem vergonha da minha origem, acha que está se rebaixando ao estar com o filho de um humilde pastor?”. Não entende nada . É espantoso como esse homem que acreditava saber o que era o homem, e que dessa maneira derrotou a Esfinge, de repente não percebe a tempestade que se avoluma sobre a face dele. Então ele afirma isso e continua tentando saber mais para agir mais, sem perceber que ele está chegando a um ponto em que o saber se torna a causa da inação. O saber vai se tornar justamente o que pesa tanto, que ele não poderá agir, apenas se auto-destruir. Então, de certa forma, Édipo é uma tragédia que pode ser resumida numa palavra grega que se aplica a todo o mundo trágico. Essa palavra é hybris. Ela pode ser traduzida como excesso, mas excesso como aquilo que foge à medida que é a que deve funcionar entre os humanos, ou mais até entre o mundo que estamos, no cosmo. Para que o cosmo funcione, há que cumprir uma medida. Quem vai além disso, quem é demasiado altivo, demasiado ambicioso, quem almeja mais do que está facultado ao humano comete este excesso, que é a hybris”. Com o professor Renato Janine Ribeiro, doutor e professor titular na USP. Dentre suas obras destaca-se Sociedade contra o social – o alto custo da vida pública no Brasil, prêmio Jabuti em 2001.
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Direito à comunicação 2
O episódio 12 do programa Direitos de Resposta continua investigando o direito à comunicação. Participam Gustavo Gindre (jornalista, mestre em Comunicação e Cultura, fundador do Instituto de Estudos e Projetos em Educação e Cultura e membro do Intervozes) e Sergio Gomes, da OBORÉ Projetos Especiais em Comunicação e Artes. Conta Gindre: “Eu participei de uma experiência numa rádio comunitária do Rio de Janeiro feita num hospital psiquiátrico. E envolvia a comunidade do entorno. E eu lembro que tinha um programa de rádio que era pra dona de casa. E era um grupo de senhoras que se reunia lá, que resolveu fazer. E a primeira vez que uma senhora foi falar ela falou que não tinha o que dizer. ‘Minha vida não tem nada de importante, porque tradicionalmente a gente acostumou a ver a TV e o rádio ser reservado pras pessoas ditas especiais, celebridades, gente com vidas monumentais. De repente ela achava que ela não tinha nada pra dizer. Só que ela descobriu que ela tinha um monte de coisas a dizer. Que a vida dela, a vida da comunidade dela, estava repleta de fatos, de coisas boas e ruins que ela sabia, que a história dela sabia, que a cultura dela sabia, e que ela podia dizer. E isso mudou a vida dela. E muda a vida de muita gente. Quando as pessoas passam a perceber que o importante não é só Brasília, não é só aquilo que passa na tela da televisão. O noticiário é estruturado assim: se morrem 200 indianos, 400 pessoas no Iraque, não tem muita importância. Agora se morrem dois americanos numa geada na Flórida, aí – geada, na Flórida? – aí todo mundo vai noticiar e vai ter importância. E de repente a gente passa a dar valor diferente à vida humana, dependendo do tipo de destaque que a imprensa dá”.
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