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O necessário retorno ao mundo vivido
Estamos numa época em que impera a visão científica do mundo. Acha-se que as teorias científicas têm um valor ontológico – e que, portanto, a filosofia tornou-se inútil. As ciências dão uma imagem limitada e abstrata da realidade, que pressupõe uma camada de experiência mais originária, pela qual entramos em contato primeiro com a realidade, isto é, pela qual percebemos o mundo. O intuito da fenomenologia, uma das vertentes mais importantes da filosofia do século XX, é tentar descrever esta camada originária da experiência. Tarefa muito difícil, uma vez que essa camada fica encoberta pelas construções e projeções da cultura e da ciência. Merlau-Ponty dedicou sua obra inteira a uma fenomenologia da percepção, que visa dar conta da realidade tal como ela aparece originariamente. Da presença em estado puro, ou seja, do mundo sensível, antes que tenham sido encobertos pelas categorias oriundas da ação prática e do conhecimento científico. Com o filósofo francês Renaud Barbaras.
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Direito à comunicação 2
O episódio 12 do programa Direitos de Resposta continua investigando o direito à comunicação. Participam Gustavo Gindre (jornalista, mestre em Comunicação e Cultura, fundador do Instituto de Estudos e Projetos em Educação e Cultura e membro do Intervozes) e Sergio Gomes, da OBORÉ Projetos Especiais em Comunicação e Artes. Conta Gindre: “Eu participei de uma experiência numa rádio comunitária do Rio de Janeiro feita num hospital psiquiátrico. E envolvia a comunidade do entorno. E eu lembro que tinha um programa de rádio que era pra dona de casa. E era um grupo de senhoras que se reunia lá, que resolveu fazer. E a primeira vez que uma senhora foi falar ela falou que não tinha o que dizer. ‘Minha vida não tem nada de importante, porque tradicionalmente a gente acostumou a ver a TV e o rádio ser reservado pras pessoas ditas especiais, celebridades, gente com vidas monumentais. De repente ela achava que ela não tinha nada pra dizer. Só que ela descobriu que ela tinha um monte de coisas a dizer. Que a vida dela, a vida da comunidade dela, estava repleta de fatos, de coisas boas e ruins que ela sabia, que a história dela sabia, que a cultura dela sabia, e que ela podia dizer. E isso mudou a vida dela. E muda a vida de muita gente. Quando as pessoas passam a perceber que o importante não é só Brasília, não é só aquilo que passa na tela da televisão. O noticiário é estruturado assim: se morrem 200 indianos, 400 pessoas no Iraque, não tem muita importância. Agora se morrem dois americanos numa geada na Flórida, aí – geada, na Flórida? – aí todo mundo vai noticiar e vai ter importância. E de repente a gente passa a dar valor diferente à vida humana, dependendo do tipo de destaque que a imprensa dá”.
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O leste asiático: Japão
O objetivo desse trabalho é analisar o conjunto do Japão e dos países do leste asiático desde meados dos anos 1980 até o período pós-crise de 1997. A palestra integra o módulo Economia Internacional: Geopolítica, Hegemonia e Império, coordenado por Luiz Gonzaga Beluzzo. Ana Claudia Além é doutora em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e gerente de comércio exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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