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Aprender pelas técnicas do amor
Com a modernidade, a técnica passou a influenciar cada aspecto da vida do indivíduo. Marcelo Coelho trata de dois grupos de tecnologia: as do corpo (como cirurgias plásticas, academias) e as da comunicação (internet, orkut, celular, chats). Técnicas que são herdeiras das revoluções industriais e indissociáveis do nosso modo de viver atual, atingem em cheio os encontros e desencontros amorosos. A técnica, hoje, faz parte do amor.
Marcelo Coelho: formado em Ciências Sociais pela USP, onde fez mestrado em sociologia com tese sobre a construção de Brasília e o governo Kkubitschek. É articulista da Folha de S. Paulo desde 1984. de 1997 a 2003, foi professor de jornalismo cultural na Faculdade Cásper Líbero. Publicou, entre outros, Gosto se discute (1994), Jantando com Melvin (1998) e Folha Explica Montaigne (2002).
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O necessário retorno ao mundo vivido
Estamos numa época em que impera a visão científica do mundo. Acha-se que as teorias científicas têm um valor ontológico – e que, portanto, a filosofia tornou-se inútil. As ciências dão uma imagem limitada e abstrata da realidade, que pressupõe uma camada de experiência mais originária, pela qual entramos em contato primeiro com a realidade, isto é, pela qual percebemos o mundo. O intuito da fenomenologia, uma das vertentes mais importantes da filosofia do século XX, é tentar descrever esta camada originária da experiência. Tarefa muito difícil, uma vez que essa camada fica encoberta pelas construções e projeções da cultura e da ciência. Merlau-Ponty dedicou sua obra inteira a uma fenomenologia da percepção, que visa dar conta da realidade tal como ela aparece originariamente. Da presença em estado puro, ou seja, do mundo sensível, antes que tenham sido encobertos pelas categorias oriundas da ação prática e do conhecimento científico. Com o filósofo francês Renaud Barbaras.
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O lugar dos pobres na cidade – modelos de provisão habitacional e política urbana
Fala Laura Bueno, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas: “É necessário uma definição de qual é o espaço que as pessoas pobres, mais pobres, vão ter na cidade, para que elas tenham acesso à cidade. Não o espaço segregado, de má qualidade. Porque a maior parte da nossa população, e ainda mais se vemos em escala brasileira e latino-americana, não tem rendimentos próprios, não gera renda suficiente para adquirir a maior parte dos bens no mercado, especialmente a moradia. Porque a moradia é uma mercadoria especial. Ela é uma mercadoria que requer muitos recursos financeiros para a sua produção, tanto que o próprio empresário precisa de financiamento para construir a moradia, e requer também financiamento ou muita poupança para o seu consumo, para comprar uma casa. Todos nós sabemos que a moradia é o bem mais caro. Você consegue comprar um carro, uma televisão, todos os eletrodomésticos, com facilidades de financiamento, inclusive muito maiores, do que uma casa.”
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